Usei. Será que gostei?

Usei. Será que gostei?

Desde os meus 14/15 anos que tenho pele mista a oleosa, especialmente na zona T. Em adolescente sofri bastante com acne e ainda hoje me nasce uma borbulha ou outra com bastante frequência, mas o que nunca deixei de ter foi pele oleosa.

A minha testa é a zona mais oleosa, apesar de me esforçar por limpar a pele todos os dias e utilizar produtos específicos para o meu tipo de pele, a verdade é que acaba por ficar oleosa ao longo do dia.

Para tentar contrariar esta tendência tenho experimentado ao longo dos anos vários cremes, loções, gel de limpeza, tónicos entre outros produtos. No mês passado, numa feira/festa de rua, encontrei uma marca natural, e portuguesa, MUSA, que tem a sua sede de produção aqui na zona onde vivo.

Não resisti a experimentar, até porque o calor agrava ligeiramente toda esta situação da pele, e achei que os produtos naturais podiam ser bons aliados para esta altura do ano.

Assim, trouxe comigo um creme facial para peles oleosas, um creme facial de noite reestruturante, um sabão de leite de cabra e lavanda, um sabão facial de hortelã e urtigas e um bálsamo labial de cacau.

Durante o último mês utilizei o sabão facial de hortelã e urtigas para lavar a cara, apliquei diariamente o creme facial para peles oleosas, e à noite, usei o creme reestruturante. O sabão deixa um toque fresco devido à hortelã e tem cremosidade quanto baste para se tornar agradável. É lindo, e vem numa caixa super querida, podendo ser um miminho muito bonito de se oferecer.

sabao hortelã
Mas a história com os cremes é outra.. logo no acto de compra fui avisada que o creme tinha um cheiro bastante forte, tendo até experimentado na mão. Mas a verdade é que a mão é bem diferente da cara, e sim, na cara o cheiro torna-se bem mais presente.

Não vos sei explicar a que cheira, talvez por ser natural, tenha um cheiro tão forte a plantas. A minha mãe não aguenta o cheiro. A mim faz-me alguma confusão mas depois de aplicado acaba por passar, não se mantém todo o dia. Não aconselho a pessoas sensíveis a cheiros fortes e que não apreciem mentol, pois este creme deixa uma sensação de frescura, mas na zona dos olhos torna-se um pouco estranho, dando ideia de que aquela zona está demasiado fresca. Mas gosto muito da textura, que não é oleosa, e deixa a pele com uma camada tão leve que dá a sensação de que não passei nada.

creme dia
Quanto ao creme facial de noite, a mesma história, tem um cheiro forte, uma espécie de cheiro a rosas bem intenso, com outra coisa que não sei identificar. Também gostei da textura.
creme noite
Ainda falando de sabão, quero também falar-vos do de leite de cabra e lavanda. Este é um sabão que promete hidratação e tal como como o primeiro de que vos falei, cumpre o requisito. É lindíssimo, e tem um cheiro agradável a lavanda.
sabao lavanda
Por último, mas não menos importante, o bálsamo labial de cacau. Havia opção de cacau, cocô ou morango. Sou fã de cocô mas como nunca tinha usado de cacau, optei por este cheiro.
batom
O bálsamo tem uma textura menos cremosa do que seria de esperar, e nos dias de calor, derrete com alguma facilidade. Não desgosto do produto, acho que cumpre a função a que se propõe, hidratar. Penso que a embalagem, ao contrário dos sabões deixa ainda a desejar, precisa de ser aprimorada, mas o produto é satisfatório.

Então fazendo um apanhado geral, posso dizer que, gostei muito da textura do creme de dia, aprecio o batom hidratante e os sabonetes cumprem bem a sua função. Como aspectos negativos terei de salientar os cheiros dos cremes, e a embalagem do bálsamo. O creme de dia tem uma embalagem pouco comum, não expondo o produto todo, funciona por doseador, o que pode ser útil em alguns casos. Penso que no final poderá levar a desperdício, pois não vou ser capaz de abrir a embalagem para retirar o resto do produto que ficar no fim.

No final, é importante referir, que todos estes produtos não são testados em animais e são naturais. Este foi um dos principais motivos que me levou a querer experimentar esta marca.

E por ai, alguém conhece e já usou estes produtos?! Outros produtos bons para peles oleosas conhecem? Contem-me tudo.

*todas as imagens presentes neste texto pertencem ao site da marca MUSA.
90’s kid #1

90’s kid #1

Nasci em 1990. Acho que não se pode pedir mais “90’s kid” que isto! Durante a minha infância, toda a década de 90, fui uma criança feliz. Uma criança que soube o que é brincar na rua, andar de bicicleta, esfolar os joelhos, fazer comida em tachinhos de plástico com água e terra, e ornamentar o pitéu com flores que se encontrassem à mão.

Cresci a brincar com bonecas, quadros de giz, plasticina, a correr na rua, a jogar às escondidas, à apanhada e à mamã dá licença. Quando o tempo não colaborava, brincava em casa, sozinha ou com os meus pais. Jogos de tabuleiro, lojas de mercearia (onde o stock era o conteúdo dos armários e da despensa), livros de colorir, o quadro mágico ou puzzles eram formas de me entreter durante horas.quadro magicoNão tinha computador, telemóvel ou tablet. E na televisão apenas os quatro canais. Não podia ver o que tinha dado há sete dias, mas conseguia gravar os desenhos animados da manhã na mesma cassete, um sem número de vezes, até ela deixar de funcionar.

Apesar de só ter quatro canais, tive uma infância recheada de boas histórias, saídas directamente daquela grande fábrica de encantar que todos nós conhecemos, a Disney. O Rei Leão, A Pequena Sereia, A Branca de Neve, A Cinderela, A Bela e o Monstro e os meus preferidos, os Aristogatos, povoaram a minha infância com cantorias e contos de fadas. Aos fins de semana de manhã, era ver-me acordar cedíssimo, como se fosse pegar a trabalho de madrugada, para me sentar no sofá a “ver bonecos”, desde os Power Rangers, Sailor Moon, os Motoratos, As Três Irmãs, Pokémon, A Carrinha Mágica, entre tantos outros que ficaria aqui a enumerar todo o dia. Quem é que não se lembra da Ana Malhoa e do Buereré?!

carrinha

Além da escassez de canais televisivos, natural para a epóca, também cresci sem telemóvel até à escola primária. Tablet, mesmo que os meus queridos pais quisessem ofertar-me um, era coisa ainda por descobrir na altura.. (Sim, gente que me lê nascida na época de 2000, houve um tempo sem tablets!).

Foi por volta de 1997/98 que tive o meu primeiro telemóvel, não me recordo, mas devo ter rejubilado. Era, pois está claro, um Alcatel one touch easy (irónico ter one touch no nome, uma vez que tinha teclas, e eram precisos vários toques para fazer fosse o que fosse..) em azul, se não me falha a memória, e com antena. Uma chiqueza que só ele. Quem teve um destes ponha a mão no ar, por favor! Claro que é difícil imaginar, nos tempos que correm, que um telemóvel a preto e branco, com um ecrã minúsculo, sem ligação à internet e sem câmara fotográfica, fosse motivo de entusiasmo, mas a verdade é que apesar de limitado, dava para fazer chamadas e mandar mensagens.

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Por falar em mensagens, também não havia cá SMS gratuitos! Tudo era pago, até que (anos mais tarde) as operadoras telefónicas se deram conta do flagelo que estavam a provocar no português escrito e decidiram que a única solução seria tornar os SMS grátis para que as pessoas deixassem de abreviar.

Mas continuemos, se tens menos de 20 anos o mais provável é que nunca tenhas ouvido ou precisado de mandar um toque a alguém.. É que apesar das limitações eramos uma geração engenhosa que passava horas aos toques (sempre que falo nisto é impossível não rir), ora enviava eu um toque, desligando após o primeiro bip para não pagar, e passados alguns minutos recebia um toque de volta. Acho que na época isto equivalia a enviar um SMS com: “Lembrei-me de ti.” ou algo deste género.

Não sei com que idade ao certo tive o meu primeiro computador, mas devia rondar os 14 anos, quando foi adquirido lá para casa um “pequeno monstro” que ocupava toda a secretária. Nem por isso o achei menos encantador! A internet ainda demorou algum tempo a entrar nas nossas vidas, mas nem por isso lhe dei menos uso, foram horas a fio a jogar solitário, minesweeper e a “trabalhar” no paint. Quando surgiu a tão aclamada internet, era um frenesim entre o uso do telefone fixo e a ligação à internet. Quem é que não se lembra daquele som magnífico enquanto a ligação era estabelecida?

E já agora, ainda têm por casa disquetes? Há uns tempos encontrei uma, com o meu nome, turma e o ano que frequentava, o 8º. Estávamos tão longe de imaginar que da disquete passaríamos às clouds.. tenho pena de não poder aceder ao seu conteúdo, pois tenho certeza que devia conter algumas pérolas da altura.

Sei que agora dá para rir, e deixa até uma certa nostalgia pensar que fazemos parte de uma geração que soube o que é um telemóvel com teclas, que via as Tartarugas Ninja e corria no recreio da escola sem consultar as redes sociais. Há uns dias fui à Worten e lá dei comigo agarrada a um telemóvel com teclas, para ver se ainda era capaz de escrever sem olhar para o teclado. A verdade é que não foi fácil, afinal de contas, são hábitos que se perdem, mas não se esquecem, lá me desenrasquei.